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6 filmes com chances de ganhar o Oscar 2022 e estão na Netflix e Amazon

O ano de 2022 começa com muitas expectativas para os candidatos ao Oscar. Mais uma vez as plataformas de streaming irão participar da premiação devido aos problemas causados pela pandemia.

Por Paulo Bocca Nunes

A briga pelo Oscar, o maior prêmio do cinema, sempre teve disputas acirradas. Alguns candidatos, em qualquer categoria, nem sempre confirmaram a vitória. Outros que não eram muito cotados ganharam o troféu. Em 2022, isso não parece diferente. Principalmente pelo fato de que, pelo segundo ano consecutivo, filmes de plataformas de streaming irão concorrer ao prêmio da academia de cinema dos Estados Unidos. Muitos apontam seis concorrentes, sendo 4 da Netflix e dois da Amazon Prime.

A participação das plataformas veio por uma resolução temporária e iniciou em 2021 devido aos cinemas estarem fechados por causa da pandemia. De acordo com a organização do evento, quando houver a reabertura dos cinemas, a participação dos filmes das plataformas não irão mais concorrer.

Sobre isso, eu tenho as minhas dúvidas. A cada ano as plataformas estão investindo cada vez mais em produções originais. Se houver a criação de uma academia de filmes de streaming, certamente haverá concorrência por cerimônias de premiação. Mas isso é conversa para outro vídeo.

Vamos aos candidatos ao Oscar das plataformas.

1. Apresentando os Ricardos

Com roteiro e direção de Aaron Sorkin, o filme fala sobre o momento mais conturbado da atriz Lucille Ball, protagonista do sitcom I Love Lucy, da década de 1950. No auge de sua carreira, Lucille Ball é acusada de ser simpatizante do Partido Comunista, perdendo papéis importantes no cinema. Como se não fosse pouco, ela atravessa uma fase muito conturbada no seu casamento, envolvendo escândalos. O filme dividiu as críticas, mas o destaque ficou para Nicole Kidman que interpreta Lucille Ball. O filme está na Amazon Prime.

2. Ataque dos Cães

O filme é baseado no romance “The Power of the Dog” (1967), de Thomas Savage. A direção é de Jane Campion. Vencedor do Globo de Ouro 2022 para melhor filme de drama, melhor direção e melhor ator coadjuvante para Kodi Smit-McPhee. Phil Burbank (Benedict Cumberbatch) comanda um rancho no oeste americano no início dos anos 1900. Ele é rabugento, rude e ofende seu irmão mais novo, George (Jesse Plemons), e qualquer um que se atravesse na sua frente.  Phil fica muito incomodado com a decisão de George em trazer para morar com eles a sua nova companheira, Rose Gordon (Kirsten Dunst), uma jovem viúva da região, e o seu filho adolescente Peter (Kodi Smit-McPhee). O filme recebeu muitos elogios e a atuação de Cumberbatch é o grande destaque. Uma grande chance para a Netflix levar um Oscar.

3. A Filha Perdida

Com roteiro e direção de Maggie Gyllenhaal, o filme é uma adaptação de A filha perdida, da escritora italiana Elena Ferrante. O livro foi publicado em 2006. A história é sobre Leda (Olivia Colman), uma mulher divorciada que vive uma nova vida depois que suas duas filhas já crescidas se mudam para o Canadá com o pai. Ao tirar férias em uma ilha da Grécia, Leda conhece uma família nova-iorquina e fica fascinada com Nina, uma jovem casada e mãe de uma filha pequena. Leda se envolve com a família ao mesmo tempo que, pelas suas memórias, lembra-se dos períodos difíceis e sacrifícios que teve ao se tornar mãe. O filme foi o vencedor do prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Veneza e é um dos trunfos da Netflix para o Oscar.

4. Não Olhe para Cima

Um dos grandes destaques da Netflix no final de 2021, o filme com roteiro e direção de Adam McKay recebeu muitas associações com o momento atual por causa da pandemia. Uma estudante de doutorado em astronomia, Kate Dibiasky (Jennifer Lawrence) descobre um cometa, mas seu professor Randall Mindy (Leonardo DiCaprio) faz os cálculos e percebe que haverá um choque contra a Terra e haverá uma destruição total. Eles tentam alertar a NASA, o governo dos Estados Unidos, vão a programas de TV, mas ninguém os leva a sério. O filme foi criticado por não se identificar como drama, ficção científica, comédia, sátira ou mais do gênero apocalíptico. Mas, caiu no gosto popular. O elenco é uma constelação. Meryl Streep, Jennifer Lawrence, Cate Blanchet Jonah Hill, Timothée Chalamet e até uma pontinha dde Chris Evans. O eterno Capitão América. As atuações beiraram o burlesco, é verdade, mas tem grandes chances em algumas categorias. Vou arriscar: fotografia é uma delas e talvez uma indicação para efeitos especiais. As atuações dos protagonistas também pode ter chance.

5. No Ritmo do Coração, de Sian Heder

Ruby Rossi (Emília Jones) é a única ouvinte numa família que tem pai, mãe e um irmão surdos, moram numa cidade pesqueira no norte dos Estados Unidos. Ela responsabilidade de intérprete para que seus pais pudesse ter um negócio próprio com a pesca. Ruby sempre foi motivo de chacota e piadas por causa do seu jeito de falar, ou seja, da mesma maneira que a linguagem dos sinais. A garota tem o sonho de se tornar cantora e recebe o apoio de seu professor do coral para tentar uma bolsa para a faculdade de música. Quando ela recebe a oportunidade de fazer um teste para uma universidade de prestígio numa cidade distante, Ruby enfrenta o dilema de abandonar a família que depende dela. O elenco conta com atores realmente surdos. Marlee Matlin, a mãe de Ruby, atuou no filme “Os Filhos do Silêncio”, de 1986, que garantiu o Globo de Ouro de melhor atriz dramática e o Oscar de melhor atriz. Marlee até o momento é a mulher mais jovem a ganhar um Oscar de Melhor Atriz e a única pessoa surda a ganhar um Oscar. O filme é uma adaptação livre filme francês A Família Bélier, de 2014. O roteiro e direção são de Sian Heder. Pode ser um forte candidato a levar um Oscar, ou mais. O filme está disponível na Amazon Prime.

6. Tick, Tick… Boom!

O filme conta os momentos mais importantes da carreira de Jonathan Larson, compositor e escritor norte-americano. No filme ele é interpretado por Andrew Garfield, o nosso segundo Homem-Aranha. O grande sonho de Jonathan é ter um musical seu na Broadway. Durante anos, entre seu trabalho em um restaurante, os seus próprios sonhos e os sonhos de sua namorada em fazer sucesso com a dança, ele vai criando as suas composições. O musical criado por Jonathan é Rent, que fez a sua estreia em 1996 e permaneceu em cartaz por doze anos na Broadway com mais de 5000 apresentações, tendo montagens pelo mundo, incluindo no Brasil. Infelizmente Jonathan não conheceu o seu sucesso. No dia da estreia na Broadway, ele morreu de um aneurisma aos 35 anos de idade. O diretor Lin-Manuel Miranda, que faz a sua estreia na direção, quer dar ao espectador a impressão de uma viagem dentro da mente criativa de Jonathan. O filme está disponível na Netflix.

COMENTÁRIO

Esses seis filmes não correspondem à minha opinião, no entanto, devo dizer que são boas sugestões, ou indicações, da crítica “especializada”. Tenho que ressaltar também a opinião pública. Muitas pessoas gostaram ou criticaram duramente esses mesmos filmes. Os motivos são os mais variados. Por exemplo, em A filha perdida algumas mulheres detestaram a personagem Leda, sendo que ela é o ponto mais forte do filme, segundo a minha e de outras pessoas. Eu já vi filmes premiados que receberam campanhas para as pessoas não assistirem, pois outro não recebeu tal e tal premiação. Ao que parece, em várias áreas há uma “torcida” por alguma coisa ou alguém e daí é como no futebol ou em qualquer esporte: se o seu time para o qual torce não ganha, então vai ter gritaria.

Filme é um produto de entretenimento e como tal deve ser visto, sem qualque tipo de paixão. Certamente, nós encontraremos pessoas que dirão que esse ou aquele filme mexeu com elas e até mudaram as suas visões de mundo. E podem ser filmes que nunca foram premiados. Portanto, ficar na expectativa de qual filme será premiado deverá passar longe de comentários absurdos contra aqueles que têm opiniões contrárias. Isso podemos chamar de civilidade.

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Paulo Bocca Nunes é professor de Língua Portuguesa e Literatura. Mestre em Letras, Cultura e Regionalidade. Especialista em Literatura e Cultura Portuguesa e Brasileira. Especialista em Cultura Indígena e Afro-brasileira. Escritor. Contador de histórias.