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Awake

Ficção científica distópica? Ou suspense? Um incidente global impede a humanidade de dormir. Uma ex-militar problemática luta para salvar a família e enfrenta o caos na sociedade e na própria mente. Sua filha passa a ser a solução para o problema que a humanidade enfrenta.

Por Paulo Bocca

Certo dia, todos os aparelhos eletrônicos param de funcionar e causam o caos no mundo inteiro. Uma ex-militar, Jill (Mark Raso), cheia de problemas, com um casal de filhos, sendo o garoto, Noah, um adolescente, trabalha de segurança em uma Universidade para pagar as contas depois que perdeu a guarda dos filhos por causa do uso de drogas. Depois desse caso, todos os aparelhos eletrônicos param de funcionar e as pessoas deixam de dormir. Não demora muito para Jill perceber que a única pessoa que consegue dormir é sua filha, Matilda (Ariana Greenblatt).

O fato estranho deixa as pessoas atordoadas e preocupadas em saber como elas poderão viver sem dormir. Quando a instituição federal para a qual Jill trabalhava antes descobre que a pequena Matilda consegue dormir, e sabendo de seus métodos, a ex-militar empreende uma fuga com seus filhos. Mesmo preocupado com a integridade de sua irmã, Noah, acredita que a melhor solução é deixar que Matilda seja examinada para ser encontrada uma solução.

No meio da fuga, cheia de correria de carros e algum esconde-esconde, os três acabam aceitando a ajuda de um presidiário. nessa trajetória, todos chegam ao local do laboratório das pesquisas, mas o que descobrem e encontram não são nada animadores.

Tudo é muito estranho nesse filme. Primeiro, não se sabe o que causou o problema nos aparelhos nem o que fez as pessoas perderem o sono. Isso nunca é explicado no filme. As premissas de roteiro e personagem ficam estagnadas no desenvolvimento da trama. O diretor Mark Raso cria cenas de ação que são muito intensas, mas nada ajuda para que se saiba sobre os motivos de todo esse caos. Por conta do roteiro e da direção, o filme peca e falha na missão de criar um gênero apocalíptico adequado: fazer com que o espectador se sinta no lugar dos personagens e busque se sentir no lugar dos personagens.

Além do mais, o filme deixa de aprofundar em assuntos que poderiam servir muito bem à trama. Jill e seus filhos acabam se envolvendo com fanáticos religiosos que querem sacrificar Matilde. A partir daí, a fuga se inicia e tudo passa a correr pela tela como um bólido, mas, sem haver qualquer profundidade de personagem, seja ele qual for. A não ser o conflito entre Jill e Noah, que não se sabe muito bem o motivo de ser tão complicado, nada leva a haver um envolvimento ou identificação com os personagens.

Bem no final há uma suspeita do que causou o fato de Matilda ser uma únicas pessoas a dormir. No entanto, a explicação chega a ser meio fantástica demais se levarmos em conta que nunca se sabe o que causou todo o caos.

A atuação dos atores principais é bastante boa, mas foram prejudicados por um roteiro bastante frágil e inseguro. Mesmo assim, o filme não é dos piores.

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Paulo Bocca Nunes é professor de Língua Portuguesa e Literatura. Mestre em Letras, Cultura e Regionalidade. Especialista em Literatura e Cultura Portuguesa e Brasileira. Especialista em Cultura Indígena e Afro-brasileira. Escritor. Contador de histórias.