Jurassic World: Acampamento Jurássico | 5ª e última temporada
A franquia dos dinossauros recebeu em 2020 uma série em animação que fez um grande sucesso na Netflix. Em 2023 teve a 5ª e última temporada deixando um clima de saudade e nos deixando uma pergunta depois de assistirmos a última cena: o que virá agora?
Paulo Bocca Nunes
Jurassic World: Acampamento Jurássico é uma série de TV de ficção científica, aventura e ação e pode ser assistida na plataforma da Netflix. Produção norte-americana desenvolvida por Zack Stentz e baseada no romance Jurassic Park (1990), de Michel Crichton. Faz parte da franquia Jurassic Park, porém acontecendo ao mesmo tempo que Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros (2015). Foram cinco temporadas ao total com episódios que duram entre 23 e 25 minutos.
1ª temporada – 18 de setembro de 2020 (8 episódios)
2ª temporada – 22 de janeiro de 2021 (8 episódios)
3ª temporada – 21 de Maio de 2021 (10 episódios)
4ª temporada – 3 de dezembro de 2021 (11 episódios)
5ª temporada – 21 de julho de 2022 (12 episódios)
Tudo começa quando o fanático por dinossauros, Darius Bowman, ganha a oportunidade de visitar o acampamento que fica na ilha Nublar, onde estão os dinossauros. Ao chegar lá, ele conhece outros cinco adolescentes (Ben, Yazmina, Brooklynn, Kenji e Sammy) que também foram escolhidos para essa experiência única.
Durante a estada deles na ilha, e enquanto vão se conhecendo, os dinossauros se libertam de seus habitats e os jovens não conseguem pegar o barco que é usado para levar os visitantes para um lugar seguro. Todos os seis jovens ficam presos sem qualquer ajuda e são obrigados a se aventurar pela ilha na esperança de encontrar uma saída e saírem vivos.
SOBRE A 5ª TEMPORADA
A quinta e última temporada busca fechar todas as questões que estavam em aberto até o momento, e ainda dando uma dica para uma possível continuação.
O ponto mais positivo para essa série é o desenvolvimento dos personagens. Cada um dos seis jovens tem a sua personalidade própria e todas vão se desenvolvendo e se revelando aos poucos dentro do próprio grupo. Foi de modo quase natural que Darius se constituiu em um líder do grupo e isso ficou claro na voz de outros personagens, como a Brooklynn em um dos últimos episódios.
Da mesma forma, vamos observando como esses jovens vão se descobrindo também. Novamente o Darius, na mesma conversa com Brooklynn, disse que estava diferente, assim como os outros, mas ele não sabia se estava gostando desse novo Darius. Lembrando que todos eles foram parar naquela ilha de dinossauros através de um concurso e eles se encontraram e foram se conhecendo principalmente depois do acidente que libertou os dinos e provocou a evacuação da ilha, deixando o grupo isolado.
As descobertas da sexualidade foram também um tema. Na verdade, já se esperava algumas coisas desse tipo desde a terceira temporada, quando começamos a perceber muito nítido como alguns deles agiam em relação a outro do grupo. Dessa forma, ficou a espectativa de quando sairia um beijo entre Yasmina e Sammy, ou entre Darius e Brooklynn. Nada foi “forçado”, tudo foi muito bem construído e sendo mostrado como as descobertas vão acontecendo e são definidas de forma natural.
Talvez um ponto incômodo nessa série tenha acontecido na quarta temporada. Houve o acréscimo de um “excesso” de tecnologia que deu uma esfriada na “naturalidade” das ações dos dinos. Animais sendo controlados por chips e robôs letais que vigiam a ilha constantemente, acrescentando-se a existência de cúpulas que controlam o ambiente, passando de quente a algo um tanto “Ártico”, mais as portas camufladas que levam de uma ponto a outro da ilha, talvez tenham sido um pouco exagerados.
Ao longo da última temporada, inclusive, não apenas foi a mais “tecnológica”, com os dinos sendo controlados como se fossem robôs vivos, como também foi a mais cheia de “sangue”. Os dinos se tornam caçadores de pessoas e são bem sucedidos.
A temporada final inicia de onde começou. O grupo vem a conhecer o pai de Kenji e, depois de irem para as instalações confortáveis do prédio administrativo da ilha e está todo o sistema de controle e de pesquisa, eles acabam descobrindo os objetivos do pai de Kenji, Daniel Kon. Principalmente quando todos descobrem com quem Daniel está negociando os dinos e as amostras de DNA e os chips que os controlam.
Outro assunto abordado foram as questões familiares de todos os personagens, mas em especial o caso de Kenji. O garoto se ilude com a aproximação de Daniel, que às vezes muda o tom com que trata o filho. Para um jovem que sempre foi ignorado pelo pai, haver alguns reconhecimentos poderia ser um canto de sereia. Os altos e baixos, a personalidade já se consolidando a partir do convívio com seus amigos, foi dando ao personagem uma definição que rumo irá tomar de ora em diante. Todo o aprendizado teve um alto custo que quase fez ele perder os seus amigos para sempre.
A série , de um modo geral, buscou uma relação com os filmes anteriores. Não apenas com referências, mas também com objetos. Foi o caso da lata de barbasol que aparece em um dos episódios. A lata foi dada a Dennis Nedry por Lewis Dodgson no primeiro filme de 1993, num esquema de espionagem industrial e científica e roubar embriões de dinossauros do parque e entregá-los a John Hammond e ao maior concorrente da InGen, a Biosyn. Lembrando que nessa série há outra empresa de genética, a Mantah. Um detalhe é que o lugar onde foi encontrada a lata não se parece bem onde ela foi perdida no primeiro filme. Talvez o temporal que caiu naquele filme tenha sido tão forte que acabou levando a lata para longe, mas isso parece pouco provável.
Talvez se possa dizer que o final correspondeu à toda a série. Há um final bastante adequado para cada um deles. Ainda por cima, nos instantes finais, Há uma sequência que pode ser um gancho para o começo de outra série, ou um filme de animação. Também não se pode ignorar a possibilidade de um filme live action. O sucesso dessa série pode dar crédito a qualquer uma dessas possibilidades.
Independente de qualquer coisa, de um modo geral a série foi uma das melhores que a plataforma ofereceu ao seu público. Não houve uma infantilização ou algo que fosse considerada “infantil” ao longo de todas as cinco temporadas. De minha parte, vou sentir saudades de novas aventuras dos “Seis de Nublar”, Darius, Kenji, Brooklyn, Yasmina, Sammi e Ben.
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Paulo Bocca Nunes é professor de Língua Portuguesa e Literatura. Mestre em Letras, Cultura e Regionalidade. Especialista em Literatura e Cultura Portuguesa e Brasileira. Especialista em Cultura Indígena e Afro-brasileira. Escritor. Contador de histórias.