FILMES E SÉRIES DE TV

Noitários de arrepiar

Filminho que é uma mistura de conto de fadas e de terror para a família estreou em setembro na Netflix e está fazendo sucesso na plataforma.

Por Paulo Bocca Nunes

O filme de terror infantil da Netflix, Noitários De Arrepiar (Nightbooks), é adaptado do livro homônimo de J. A. White, publicado em 2018 na Inglaterra.

A história acompanha o garoto Alex que escreve contos de terror. Mas decide destruir o caderno em que estão todos escritos. No começo não se sabe qual o motivo. Alex desce pelo elevador do prédio em que mora, mas ele para em um andar diferente, sai e vê um corredor misterioso. Encontra uma porta aberta, ele entra e tudo é muito estranho. Ele encontra um prato com um bolo e come. Acaba dormindo e quando acorda percebe que está preso no apartamento e não consegue sair dali.

Não demora muito para surgir uma bruxa, a Natacha, que não tem nada de feia, nariguda, com verruga na ponta do nariz. Nada disso. É uma bruxa toda cheia de estilo, mas de um humor nada bom. Natacha tem uma gata, a Lenore, que é um mistério. Fica invisível de vez em quando, parecendo espionar tudo para Natacha. Ela desafia Alex a lhe contar uma história de terror todas as noites, mas não podem ter finais felizes.

Alex descobre que tem uma garota presa na casa, a Yasmin, que foi aprisionada com outras crianças, mas só ficou ela porque tentaram uma fuga e Natasha as transformou em estátuas. No começo, ela fica um pouco distante de Alex. O garoto passa a maior parte do seu tempo na biblioteca de Natasha, escrevendo os seus contos até que descobre um livro com uma pista de como ele e Yasmin pode sair daquele lugar. O problema para isso é a gata Lenore que parece sempre vigiar os dois em tudo o que fazem e ainda apronta para prejudicar os dois.

Alex e Yasmin armam um plano de fuga e a sequência até o final é surpreendente, de uma reviravolta e revelação impressionantes de como Natasha passou a ser a dona daquele lugar tão cheio de mistérios e magia. O final também dá a impressão de que vai haver uma continuação.

A direção de David Yarovesky é boa. Ele consegue dar um andamento muito bom, aproveitando o roteiro bastante favorável. Se no começo não entendemos muito bem algumas coisas sobre o garoto Alex, ao longo do filme vão surgindo uns flashbacks que esclarecem tudo.

Os cenários contribuíram muito para o clima de magia, sem haver uma infantilização e ainda dar um clima de terror bem na medida. O apartamento é um mistério! Tem portas que surgem de repente em uma parede. Cheio de cômodos que nem parece um apartamento simples. A biblioteca é de encher os olhos e lembra um castelo medieval.

O mesmo dá para se dizer dos efeitos especiais que, mesmo não sendo algo para recomendação de Oscar, funcionaram muito bem. O figurino da Natasha é interessante e surpreendente. Bem ao final se entende o motivo de ela ser tão fashion no seu modo de vestir. Os atores capricharam na interpretação. Talvez em alguns momentos a Natasha tenha usado de algum clichezinho daquela coisa: “Oh, eu sou muito má”.

O filme é bom, coisa pra família assistir junto com os pequenos. Um terrorzinho bem mágico, sem muito susto. Vale a diversão!

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Paulo Bocca Nunes é professor de Língua Portuguesa e Literatura. Mestre em Letras, Cultura e Regionalidade. Especialista em Literatura e Cultura Portuguesa e Brasileira. Especialista em Cultura Indígena e Afro-brasileira. Escritor. Contador de histórias.