As obras que antecederam a Ficção Científica.
Um gênero literário bastante controverso, surgiu trazendo abordagens fora do “humano” para ficar centrado na “ciência”. Estamos nos referindo à ficção científica, cujo termo não nasceu pronto, nem sua definição foi menos complicada. No entanto, em 2026 irá completar 100 anos de existência.
Paulo Bocca Nunes
O termo “Ficção Científica” traz várias controvérsias, tanto pelo seu nome quanto pelo seu objeto literário. Ao considerarmos os períodos literários estudados no Ensino Médio e nos cursos superiores de Letras, observamos que, ora o ser humano está no centro de tudo, ora é o divino que responde às questões que o Homem não consegue responder por si. Também encontramos elementos psicológicos que traduzem a indefinição e explicam a vulnerabilidade do ser humano em meio a um universo sempre em desordem, tendo o próprio Homem a responsabilidade de dar sentido ou organizá-lo.
Tirar do Homem o centro das questões, assim como suas relações com o divino, onde paira o mistério, e colocar a Ciência, que busca trazer respostas sob a luz da observação e da reflexão, pode parecer uma pretensão ousada para muitos. Histórias fantásticas de seres assombrosos e míticos não necessitam de ciência. Dessa forma, histórias de vampiros, duendes, fadas, bruxas, lobisomens, entre outros, refletem as ansiedades, os medos e todo tipo de questão humana. O gênero da ficção científica veio somar-se a tudo isso, mas não se instalaria no meio literário sem alguma resistência.
Qualquer pessoa pode dizer o que entende por literatura sem fazer uso de teorias literárias, apenas utilizando seu conhecimento empírico de leitor. O mesmo pode ser dito sobre “ficção científica”. Uma das respostas seria algo como “histórias que tratam de viagens espaciais, robôs, invenções, viagens no tempo e sociedades distópicas”. Nesse caso, quando começaram as primeiras histórias de ficção científica? Foi a partir do início das invenções ou descobertas científicas? A resposta pode ser surpreendente.
1. COMO SURGIU O TERMO “FICÇÃO CIENTÍFICA”
O termo “ficção científica”, que atualmente representa tanto um gênero literário quanto filmes e séries de TV, não surgiu com esse nome. Sua forma primária, “scientification” (cientificação), surgiu na revista Amazing Stories, de abril de 1926, editada por Hugo Gernsback. Ele explicou no editorial que “scientification” seria “um romance encantador misturado com fatos científicos e visão profética”.
Como qualquer gênero literário que busca seu reconhecimento, além de afirmar-se e justificar sua existência, buscou-se os “antepassados literários” ilustres, uma forma de ancestralidade, uma raiz clássica para afirmar o nascimento de um gênero literário. No entanto, essa prática às vezes apresenta “ancestrais” que destoam do gênero conhecido como “ficção científica”. Foi na busca pela “ancestralidade” de um gênero literário que se passou a utilizar a expressão “Proto Ficção Científica” para identificar esses “antepassados” literários.
2. A PROTO FICÇÃO CIENTÍFICA
Antes de considerarmos o que se entende por Proto Ficção Científica, precisamos definir o que é ficção científica. O crítico e novelista Damien Broderick (1995) define a ficção científica como sendo uma narrativa que tenha a presença marcante de uma sociedade tecnologicamente desenvolvida ou que esteja em processo de adaptação com o que a ciência e a tecnologia podem proporcionar. Portanto, as obras de ficção científica devem estar diretamente relacionadas ao desenvolvimento tecnocientífico, sem entrar no universo fantástico e maravilhoso.
Conforme o próprio nome já nos diz, “proto” exprime a noção de primeiro ou anterior. No caso, refere-se ao que veio antes da ficção científica que conhecemos hoje. Importante ressaltar que o que consideramos “ficção científica” hoje pode não ser no futuro. Essa ficção é, portanto, algo de seu tempo. Em um futuro ainda desconhecido, pode haver algum tipo de ficção científica, no entanto, será o produto de seu tempo, que ainda sequer imaginamos como será.
A expressão “Proto Ficção Científica” foi dada e definida pelo crítico norte-americano John Clute, em seu livro Science Fiction: The Illustrated Encyclopedia (1995):
“[…] a Proto-Ficção Científica tem de incorporar um sentido [em] que as maravilhas que ela descreve podem ser questionadas, se necessário, por exemplos e analogias do mundo existente.”
Com essa definição, tudo o que estiver relacionado fora do mundo material ou materialmente possível não faz parte da proto ficção científica. No entanto, muitas obras são vistas como pertencentes à antiguidade desse gênero literário pelo simples fato de apresentar narrativas ou diálogos que tratam dos corpos celestes ou até mesmo viagens além da órbita terrestre, alcançando de alguma forma a Lua, o Sol ou qualquer outro corpo celeste. Outras tantas histórias quase se constituem em um tratado filosófico, ou ainda abordam sociedades distópicas. Por esses aspectos, críticos literários que se debruçam sobre o gênero consideram certas obras como Proto Ficção Científica.
Em suas épocas, essas produções literárias eram vistas apenas como textos relacionados às diversas áreas da filosofia ou da astronomia. E quando havia alguma abordagem à Lua, por exemplo, era para afirmar o território de um dos deuses do panteão de uma sociedade antiga. Os gregos são um forte exemplo nesse sentido.
2.1. AS PRIMEIRAS VIAGENS ESPACIAIS
Desde o princípio dos tempos, o homem ergueu seus olhares curiosos para o Sol, as estrelas e a Lua, tentando buscar explicações ou respostas sobre suas origens e significados. Há muitos mitos e lendas que envolvem os astros em diversos povos espalhados pelo mundo. Juntam-se a essas narrativas outras que falam de viagens a esses lugares distantes, imaginando alguma forma de semelhança com o mundo conhecido, outra forma de vida ou sistemas de governo diferentes. Algumas dessas narrativas se constituem em metáforas para uma idealização de uma sociedade justa e equilibrada, sem guerras ou conflitos.
A ideia de descobrir novos mundos faz parte da ambição e do sonho humano. Sendo as viagens espaciais um dos componentes que mais identificam as atuais histórias de ficção científica, naturalmente a imaginação inspirou histórias de viagens por terras estranhas e de cunho “exótico”. Também surgiram histórias em que personagens viajam pelo cosmos através de meios que apenas a realidade de cada tempo permitia. Isso, portanto, limita uma fronteira entre o sonho e a ciência possível, ou seja, a ficção científica.
Embora seja citado por muitos autores como sendo um representante de proto ficção científica, “Sobre a Face Visível no Orbe da Lua“, de Plutarco (46-120), datado do primeiro século, nada mais é do que um debate filosófico, em forma de diálogo, sobre a origem, a forma e a natureza da Lua, se ela era feita de matéria terrestre ou algum cristal celestial. Os personagens desse diálogo também debatem sobre a possibilidade de a Lua servir de receptáculo para as almas que deixavam seus corpos terrestres após a morte. Não se constata algo além de conjecturas baseadas na observação visual dos fenômenos celestes e da Lua, sem qualquer tipo de aparato tecnológico. Não se constitui, portanto, de algo que se relacione à ficção científica.
No século II, Luciano de Samósata traz duas obras consideradas como precursoras da ficção científica, segundo alguns críticos do gênero. São elas: “Icaromenipo“, o viajante, sobre um jovem que faz uma viagem até a Lua utilizando um mecanismo onde coloca uma asa de abutre e outra de águia, amarradas às suas costas. Na Lua, ele encontra e conversa com um filósofo grego, Selene, e Zeus, antes de retornar à Terra. A segunda história intitula-se “A História Verdadeira“, que descreve as aventuras da tripulação de um barco que foi tomada de surpresa por uma tempestade e levada à Lua. Os tripulantes vivem várias aventuras e conhecem seres extraterrestres que entram em guerra contra os habitantes do Sol. A descrição dos seres extraterrestres é bastante imaginativa e pode ser considerada como a primeira história sobre seres de fora da Terra.
O astrônomo e matemático Johannes Kepler traz a sua narrativa chamada “Somnium” (1634), em que o jovem Duracotus é transportado à Lua por entidades chamadas Daemon. O transporte é feito através de um portal. Depois de alguns eventos em que o jovem toma conhecimento sobre as distâncias entre a Terra, a Lua e o Sol, Duracotus retorna à Terra, mas percebe que tudo não passava de um sonho. A narrativa de Kepler apresenta informações científicas, e isso foi o que motivou Carl Sagan e Isaac Asimov a considerarem essa obra como a primeira de ficção científica. A obra, no entanto, não se trata de um romance ficcional propriamente dito como muitas obras atuais com uma estrutura narrativa envolvente.
Outras duas obras são “O Homem na Lua” (1638), do Bispo Francis Godwin, e “Viagens à Lua – o Outro Mundo ou os Estados e Impérios da Lua” (1656), de Cyrano de Bergerac. A primeira é narrada em primeira pessoa e acompanha o personagem Domingo Gonsales, que viaja pelo mundo com um aparelho voador levado por gansos capazes de suportar um peso elevado. Em certo momento, Gonsales percebe que consegue subir tão alto que decide ir até a Lua, onde encontra novas formas de vida e interage com elas. A segunda, também narrada em primeira pessoa, fala de uma viagem até a Lua em um aparelho movido a uma espécie de propulsor que, ao ser descrito, remete a uma ideia de nave espacial.
Uma obra um tanto curiosa é “Ecstatic Journey” (1656), de Athanasius Kircher. A história é narrada por Theodidactus, que está em um colégio de jesuítas e, num devaneio sonolento por um concerto de música sacra, é levado por um anjo chamado Cosmiel em uma viagem pelos céus e visita os planetas. Theodidactus descreve estrelas de diferentes tamanhos, acompanhadas de planetas, girando em torno umas das outras e se movendo pelo espaço. O narrador descreve as estrelas como sendo “fixas”, mas movendo-se em órbitas circulares, às vezes em sistemas de estrelas binárias ou múltiplas, com grandes distâncias entre elas. Como ele acreditava que elas estavam muito longe e todas se moviam ao redor da Terra, ele acreditava que elas se moviam com uma velocidade tremenda. A única cópia deste livro está em latim e guardada em um museu. Como se pode perceber, não se trata de uma viagem interplanetária em uma nave espacial, mas sim de mais uma obra em que o autor, sendo um jesuíta, usa de artifícios literários para reforçar conceitos religiosos da época.
2.2. MUNDOS UTÓPICOS E OUTRAS CIVILIZAÇÕES
A ficção científica acabou por ser dividida em subgêneros, tamanha a sua complexidade adquirida ao longo do século XX. Um desses subgêneros que receberam inclusive muitas adaptações para o cinema é a distopia. No entanto, para isso houve um começo a partir de obras que apresentavam sociedades utópicas, ou seja, onde tudo é perfeito, a sociedade vive em harmonia e a vida é usada para o aperfeiçoamento humano. Desde a Antiguidade, há muitas obras em que seus autores apresentam a cidade com a sociedade ideal que imaginam. Portanto, cada obra corresponde ao seu tempo.
Provavelmente, a primeira obra que trata desse assunto surgiu por volta de 367 a.C, quando Platão descreve em “A República” um modelo utópico para o que considera um Estado ideal. Nessa sociedade, o poeta e demais artistas deveriam ser banidos por não seguirem a verdade estipulada por um grupo de cidadãos eleitos. Outro aspecto seria o nascimento de novos cidadãos sob o controle de princípios eugenistas, ou seja, uma série de crenças e práticas cujo objetivo é criar seres humanos “ideais” através do controle genético da população ou de uma sociedade específica, marcando o predomínio racial sobre outros grupos humanos sociais.
Em 1516, Thomas More publicou sua obra “Utopia”, um romance filosófico onde descreve sua ilha perfeita em que estabelece convenções visando o bem comum para uma sociedade alternativa. A obra de More inspirou outras obras sobre o mesmo tema.
Em “Christianopolis” (1619), de Johanes Valentinus Andrae, a cidade se constitui no lugar em que a vida é perfeita e ideal, tendo por base a ideologia religiosa cristã, daí vem o seu nome. A cidade é destinada às pessoas que buscam a sua renovação interior, o seu verdadeiro renascimento. A cidade fica na ilha de Caphar Salama e o formato dela é triangular, um símbolo bastante conhecido e usado por entidades religiosas ou místicas. No caso dessa obra, foi a base para a fraternidade Rosa-Cruz.
Outras sociedades utópicas são apresentadas em “A Cidade do Sol” (1623), de Tommas Campanella, que idealiza uma cidade organizada e feliz, onde os seus habitantes têm suas necessidades essenciais atendidas e uma ocupação determinada conforme as suas aptidões pessoais. Em “Nova Atlântida” (1626), o autor expõe sua visão do futuro, que inclui a evolução do conhecimento humano. De modo geral, todas essas obras trazem um forte apelo religioso cristão para manter as sociedades em sua ordem e unidade.
O romance de Jonathan Swift, “As Viagens de Gulliver” (1726), traz outros aspectos críticos à sociedade de sua época. Em cada viagem do personagem, em que visita uma terra diferente e se envolve com suas sociedades, percebe-se como a voz crítica do autor se faz presente. Uma das passagens mais curiosas e interessantes do livro está no capítulo 3, quando Gulliver visita a ilha voadora de Laputa (uma nave espacial?), alimentada por um magneto gigante e habitada por matemáticos teóricos envolvidos em seus pensamentos abstratos. Há forte crítica sobre a ciência de sua época, um aspecto que será bastante recorrente em autores de ficção científica modernos, como Isaac Asimov.
2.3. EXTRATERRESTRES NO PLANETA TERRA
O século XX foi fértil em histórias sobre invasão alienígena ao planeta Terra. Acreditava-se que a primeira história que tratava do assunto fora “A Guerra dos Mundos” (1897), de H. G. Wells. No entanto, provavelmente a primeira obra que narra a vinda de extraterrestres ao nosso planeta foi “Micrômegas” (1752), do filósofo francês Voltaire. A história fala de um gigante, habitante de Sirius, que viaja ao nosso sistema solar parando antes em Saturno e lá ganha mais um companheiro. Juntos, esses dois cosmonautas visitam Júpiter e Marte, chegando finalmente à Terra em 5 de julho de 1737, com o objetivo de entender a natureza do homem.
Micrômegas tem 6000 metros de altura e possui grande conhecimento sobre astronomia e ciências. O narrador faz uma explanação sobre a vida de Micrômegas enquanto um estudioso das ciências físicas e como a instituição religiosa de seu planeta o perseguiu por descrever ou apresentar proposições consideradas atrevidas ao conhecimento comum, tendo sido, inclusive, punido por algumas delas. Ele tinha quase 700 anos terrestres quando decidiu viajar pelo universo. Então, por conhecer “as leis da gravitação e todas as forças atrativas e repulsivas”, as utilizava por intermédio de um raio de sol ou viajava em um cometa.
O tempo de vida de cada um dos personagens é muito maior que o nosso. Enquanto o do siriano é de aproximadamente 15 mil anos, Micrômegas afirma que o dele é 700 vezes maior. O siriano e o habitante de Saturno divagam sobre muitas particularidades de cada um de seus mundos. Os dois decidem, então, viajar juntos até a Terra.
Depois de viajarem na cauda de outro cometa, os dois desembarcam no Mar Báltico em 5 de julho de 1737. Ao encontrar seres humanos, Micrômegas os vê tão pequenos que os compara a átomos. O debate entre os seres extraterrenos e os humanos entra em questões que mostram o quanto os humanos são minúsculos perante o universo e todas as suas questões filosóficas.
3. MESTRES DO SÉCULO XIX: A TRANSIÇÃO PARA A FICÇÃO CIENTÍFICA
A Revolução Industrial trouxe, além de um desenvolvimento econômico extraordinário, um avanço científico significativo. Foi também responsável pela criação de uma nova vertente literária ainda sem um nome definido, mas que ficou conhecida como “Ciência Gótica”. O marco inicial e principal representante dessa vertente é o romance Frankenstein, o Prometeu Moderno (1818), de Mary Shelley.
A partir da segunda metade do século XIX, com as novas descobertas e invenções, o progresso científico passou a despertar a curiosidade das pessoas. Observando as mudanças sociais trazidas pelo progresso científico da época, dois escritores se destacaram em um novo subgênero literário ainda não plenamente definido: Júlio Verne, na França, e H.G. Wells, na Inglaterra. Em três obras, só para citar algumas entre uma vasta produção literária, o escritor francês trouxe elementos muito próximos da ficção científica. Em Vinte Mil Léguas Submarinas (1870), há um submarino movido a um tipo de energia semelhante à nuclear. Por sua vez, em Da Terra à Lua (1865) e Ao Redor da Lua (1870), temos viagens espaciais com a utilização de aparelhos que se assemelham a foguetes.
Por outro lado, o inglês H.G. Wells trouxe diversos elementos que passaram a ser muito explorados principalmente por filmes de ficção científica, como viagem no tempo (A Máquina do Tempo / 1895), universos paralelos (O Admirável Caso dos Olhos de Davidson / 1895), invisibilidade (O Homem Invisível / 1897), sociedades futuras distópicas (História dos Tempos Futuros / 1897), invasão interplanetária da Terra (A Guerra dos Mundos / 1898) e viagem à Lua (Os Primeiros Homens na Lua / 1902). Wells referia-se às suas obras como “Romance Científico” e tentava representar e dar sentido às complexas e rápidas mudanças do seu tempo, que estavam alterando constantemente a sociedade britânica.
CONCLUSÃO
Se considerarmos a ficção científica como um produto derivado da Revolução Industrial e suas inovações científicas e tecnológicas, é necessário reconhecer que as obras literárias anteriores, mesmo que tangencialmente relacionadas à ciência, não podem ser categorizadas como ficção científica propriamente dita. Antes do século XX, a literatura frequentemente recorria a diálogos e narrativas em primeira pessoa para especular sobre fenômenos celestes, utilizando viagens à Lua como metáforas para explorar questões filosóficas, morais e éticas. Essas obras, muitas vezes com um viés educativo, não se dedicavam às narrativas de aventuras espaciais com a ciência como pano de fundo, e por isso não podem ser classificadas como ficção científica.
No entanto, é inegável que essas obras precursoras desempenharam um papel fundamental ao estabelecer um terreno fértil para a emergência da ficção científica moderna. Autores como Luciano de Samósata, Johannes Kepler e Francis Godwin, entre outros, exploraram conceitos que viriam a ser fundamentais para o gênero, como viagens interplanetárias, encontros com seres extraterrestres e especulações científicas.
O século XIX marcou um ponto crucial com o surgimento de autores como Mary Shelley, Júlio Verne e H.G. Wells, que não apenas utilizaram elementos científicos e tecnológicos em suas narrativas, mas também anteciparam muitos dos avanços científicos que moldariam o futuro. O “Romance Científico” de Wells, por exemplo, explorou temas como viagem no tempo, invasões alienígenas e sociedades distópicas, refletindo as rápidas mudanças sociais e científicas de sua época.
Assim, enquanto os predecessores da ficção científica exploravam o cosmos com uma lente filosófica e especulativa, foram os escritores do século XIX que verdadeiramente pavimentaram o caminho para um gênero que não apenas imaginava o futuro, mas também o questionava e o desafiava com base nas possibilidades científicas emergentes.
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Paulo Bocca Nunes é professor de Língua Portuguesa e Literatura. Mestre em Letras, Cultura e Regionalidade. Especialista em Literatura e Cultura Portuguesa e Brasileira. Especialista em Cultura Indígena e Afro-brasileira. Escritor. Contador de histórias.