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Round 6: nove perguntas a serem respondidas na segunda temporada.

O maior sucesso de 2021 na Netflix foi um seriado da Coreia, Squid Game, que no Brasil se chamou Round 6. Tanto sucesso criou uma legião de fãs que, mal terminou a primeira temporada, já foi pedindo uma segunda. No final do último episódio já se percebeu um gancho para uma continuação, mas nesse artigo vamos apresentar nove perguntas que precisam de respostas e podem vir numa segunda ou, quem sabe, terceira temporada.

Por Paulo Bocca Nunes

Um dos maiores sucessos de 2021 foi a série coreana Squid Game, que no Brasil foi chamada de Round 6 e exibida na Netflix. Tamanho sucesso de público mexeu com o público que começou a fazer pressão para uma segunda temporada. O criador Hwang Dong-Hyuk não esperava esse sucesso e, segundo ele mesmo, tudo se encerraria em apenas uma temporada.

A trama é simples! Várias pessoas são convidadas para entrar em uma competição. Quem vencer leva uma fortuna em dinheiro. A competição traz várias brincadeiras infantis. Quem perder cada etapa é eliminado, ou melhor, é morto.

A primeira temporada deu destaque a alguns jogadores que ganharam a empatia do público e interesse em suas histórias. Toda a narrativa foi sendo apresentada de tal forma que algumas coisas iam se ligando a outras e deixando algumas perguntas que não foram respondidas diretamente pela própria história, mas deixando algo subentendido. Exatamente esse aspecto fez com que perguntas fossem surgindo entre o público e tudo pode motivar uma segunda ou, quem sabe, terceira temporada.

A primeira pergunta é, provavelmente, a mais intrigante: por que Gi-Hun desiste de entrar no avião que o levaria aos Estados Unidos para ver a sua filha no final da temporada? Será desejo de vingança ou ele desconfiou de alguma coisa, como um atentado ao avião em que embarcaria rumo aos Estados Unidos para ver a sua filha? Nessa sequência, ele recebe uma ligação da organização dos jogos e, em meio a uma breve discussão, o interlocutor de Gi-Hun fala de forma incisiva para ele embarcar no avião. Como o interlocutor poderia saber disso? A decisão de Gi-Hun não embarcar e dar meia volta já prepara o espectador para uma continuação.

O policial Hwang Jun-Ho morreu ao cair do penhasco da ilha? Essa pergunta com certeza precisa ser respondida, pois tanto em obras fílmicas, TV ou cinema, se o corpo não aparece então não se pode dizer que está morto. E se não estiver morto, o que poderia motivar o personagem a voltar na segunda temporada é o fato dele ter acabado descobrindo que o Frontman dos jogos era na verdade o seu irmão desaparecido, In-Ho. Ao ser interceptado no alto do penhasco, o Frontman tira a máscara e mostra seu rosto a Jun-Ho e depois de um breve diálogo In-Ho dá um tiro que atinge o ombro do policial. Ainda sobre esse ponto, caso esteja vivo, como Jun-Ho irá voltar? Para fazer o quê? Enfrentar toda a organização? Resgatar ou derrotar e prender o seu irmão? E ele irá se unir a Gi-Hum, caso esse também se volte contra a organização? Só esses dois personagens podem inspirar muitos roteiros, ou até duas ou três temporadas.

Ao final da primeira temporada, o Frontman despertou uma série de perguntas. Se ao longo dos episódios, ele já despertou uma grande curiosidade sobre quem seria aquele sujeito por trás da máscara, depois de ter sido revelado, não só houve espanto e surpresa, como também a certeza de que ele pode motivar uma forte trama para uma segunda e terceira temporadas. In-Ho, o irmão de Jun-Ho, foi um dos vencedores dos jogos. Mas, como ele se tornou o Frontman? As respostas teriam que vir em forma de flashbacks, mas como tudo se ligaria a trama da primeira temporada e conduziria à segunda, ou quem sabe terceira? E qual será a sua posição depois da morte de Oh Il-Nam, o criador dos jogos? In-Ho seria o alvo de Jun-Ho ou também de Gi-Hun? Como isso se daria?

Aproveitando a dúvida sobre a liderança dos jogos, também temos duas questões que envolvem Oh Il-Nam, o jogador 001. Ao final da primeira temporada ele morreu na frente de Gi-Hun. Os jogos existem por causa dele, que foi o seu criador. Quem vai assumir a liderança de toda a organização e administração dos jogos? No final da temporada, Gi-Hun viu que o recrutamento para jogadores estava iniciando e Oh Il-Nam já estava morto, portanto alguém estava comandando tudo! Outra pergunta que envolve o jogador 001: ele era o pai de Gi-Hun? Em um dos episódios, durante o jogo das bolitas no meio de uma vila montada na arena, o diálogo entre os dois deu a entender que o velho poderia ser o pai do jogador 456, Gi-Hun. Havendo uma segunda temporada, essa pergunta seria respondida? Sendo positiva, que importância haveria em toda a trama de uma segunda temporada? Logicamente que tudo teria que ser feito através de flashbacks.

Num dos episódios, numa conversa entre os tais Vips, homens importantes e muito ricos que só aparecem usando máscaras e não são identificados, ficou-se sabendo que há outros países em que são disputadas essas mesmas competições na Coreia. No caso de haver outra temporada, esses jogos em outros países seriam mostrados? Em caso afirmativo, qual seria a ligação com os jogos da Coreia? Teria algum tipo de ligação com Gi-Hun e Jun-Ho? E nesse caso, qual seria?

Uma das participantes, Kang Sae-Byeak, falou sobre o seu irmão, que é um garoto. Antes de morrer no último episódio, ela fez um pedido a Gi-Hun para que ele cuidasse de seu irmão. Antes de embarcar no avião para os Estados Unidos, Gi-Hun buscou o garoto no orfanato em que foi deixado por San-Byeak e o deixou aos cuidados da mãe de um amigo e deu a mulher uma mala com parte do dinheiro que ele ganhou nos jogos. Esse garoto pode motivar uma temporada em que ele vai em busca de respostas sobre o desaparecimento de sua irmã. Os desdobramentos podem ser vários!

Finalmente, algo que pode ter passado despercebido: os guardas! No começo foi curioso observar que alguns usando uma máscara com figuras geométricas diferentes e isso indicava funções diferentes. A partir de um determinado momento, constatou-se que alguns guardas, em vários setores da organização dos jogos, roubavam os corpos dos jogadores executados e tiravam os órgãos internos para vender. Quais eram as necessidades desses guardas que os motivavam a isso? Como eram escolhidos? O que era levado em conta para a escolha, ou na seleção, desses guardas e as funções que exerceriam? Esses guardas teriam que ficar permanentemente trabalhando na ilha dos jogos ou um dia seriam liberados? É claro que as respostas teriam que fazer parte, de alguma forma, à trama da futura temporada. Ou até mesmo de outras temporadas.

Outras questões poderiam ser feitas, no entanto, podemos perceber que somente essas acima já renderiam, pelo menos, duas outras temporadas. No início de novembro de 2021, Hwang Dong-Hyuk confirmou que haveria uma segunda temporada, mas, até o momento em que esse artigo foi publicado, ele não antecipou o que poderia acontecer na futura trama.

Assista ao vídeo sobre esse mesmo artigo, que está no Youtube. Aproveite e se inscreva no canal, acione as notificações, curta o vídeo e deixe o seu comentário.

Paulo Bocca Nunes é professor de Língua Portuguesa e Literatura. Mestre em Letras, Cultura e Regionalidade. Especialista em Literatura e Cultura Portuguesa e Brasileira. Especialista em Cultura Indígena e Afro-brasileira. Escritor. Contador de histórias.

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