Silo: Quem Construiu, Quando e Por quê?
A série distópica da Apple TV chama a atenção não apenas pela trama envolvente, mas pelo desenvolvimento de personagens cativantes e profundos. A história se passa em um futuro ainda incerto em que pessoas vivem em um silo vários metros abaixo da superfície da Terra, sem poder sair para fora. Caso contrário, não sobrevivem. NInguém sabe quem construiu o silo, nem quando nem por quê.
Paulo Bocca Nunes
A série Silo, da Apple TV+, conquistou o público com sua atmosfera claustrofóbica, seu mistério envolvente e sua crítica social disfarçada de distopia futurista. Baseada nos livros da trilogia “Wool”, do autor americano Hugh Howey, a produção levanta questões fundamentais sobre controle, memória e sobrevivência. Entre as perguntas mais frequentes dos fãs, uma se destaca: quem construiu o silo, quando e por quê?
Neste artigo, vamos explorar essas questões com base no que a primeira temporada revela, além de apontar algumas possibilidades sugeridas pelos livros, sem entregar spoilers essenciais.
O Que é o Silo?
No universo da série, a humanidade foi reduzida a uma população isolada dentro de uma gigantesca estrutura subterrânea chamada apenas de “silo”. Com mais de 140 andares cavados verticalmente, o lugar abriga milhares de pessoas que vivem sob uma rígida hierarquia social, vigilância constante e um sistema de leis que proíbe até mesmo sonhar com o passado.
Qualquer questionamento sobre o que há lá fora — ou a intenção de sair — é punido com a limpeza, uma espécie de execução pública onde o indivíduo é enviado para fora para “limpar as câmeras” e acaba morrendo minutos depois, aparentemente por causa do ar tóxico da superfície.
Quem Construiu o Silo e Por Quê?
O segundo livro de Hugh Howey, “Legado” (Shift), começa com um flashback de 2049. Um congressista chamado Donald Keene construiu os Silos como parte de um projeto chamado CAD-FAC (Instalação de Contenção e Descarte), inicialmente destinado ao armazenamento de resíduos nucleares do mundo no Condado de Fulton, estado da Geórgia. Isso também pode indicar a localização dos outros silos que aparecem na série da Apple.
A construção do silo, no entanto, os silos passaram a ser uma medida extrema para preservar a vida humana diante de uma ameaça apocalíptica — possivelmente uma guerra nuclear de proporções globais.
A série sugere que a catástrofe aconteceu logo após a finalização das estruturas, forçando a evacuação da superfície. A ideia era manter a humanidade viva por cerca de 500 anos, até que fosse seguro retornar à superfície.
Autoridade, Controle e o Preço da Estabilidade
Mesmo que o silo tenha sido construído com boas intenções — preservar a vida humana —, a forma como a sociedade é organizada levanta diversas questões éticas. A presença constante de câmeras, a censura sobre qualquer lembrança do “mundo anterior” e a imposição de uma narrativa única são ferramentas de controle social.
Por que tanto segredo? Por que o medo? Para os líderes do silo, a resposta é simples: a estabilidade depende da ignorância. Qualquer fragmento de verdade, qualquer pista de que o ar pode estar respirável ou de que o mundo lá fora não está destruído, poderia levar a uma rebelião em massa — e ao colapso do frágil equilíbrio interno.
O Ar Está Mesmo Contaminado? Ou Tudo é Uma Mentira?
Há evidências reais de que explosões nucleares aconteceram. Isso é confirmado tanto pelas informações da série quanto pela forma como os personagens falam do passado. No entanto, surgem também elementos que desafiam essa versão oficial.
No episódio 9 da primeira temporada, Juliette assiste a um vídeo antigo de uma das pessoas enviadas à limpeza. No registro, a mulher parece ver pássaros voando no céu — algo impossível se o ar realmente fosse letal. Isso levanta a hipótese de que a imagem mostrada pelas câmeras do lado de fora pode ser manipulada, e que os trajes usados nas limpezas podem ser sabotados para garantir a morte dos “curiosos”.
Mas, ao mesmo tempo, as pessoas realmente morrem ao sair. Isso só pode significar que, mesmo com o traje especial, o ar ainda está contaminado e na superfície ainda contém áreas tóxicas e áreas inseguras.
Verdades Fragmentadas em um Mundo Fechado
O que torna Silo tão fascinante é justamente essa tensão entre verdade e mentira, liberdade e segurança, memória e esquecimento. Cada nova pista descoberta pela protagonista Juliette deixa mais claro que há algo profundamente errado com o mundo subterrâneo onde vivem — mas também que a verdade não é simples nem unificada.
Quem construiu o silo, afinal? Uma aliança de sobreviventes? Um governo totalitário? Um projeto corporativo? A série, fiel ao espírito do livro, oferece respostas em camadas, que só serão compreendidas completamente com o tempo — e com coragem para olhar além das paredes de concreto.
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Paulo Bocca Nunes é professor de Língua Portuguesa e Literatura. Mestre em Letras, Cultura e Regionalidade. Especialista em Literatura e Cultura Portuguesa e Brasileira. Especialista em Cultura Indígena e Afro-brasileira. Escritor. Contador de histórias.
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