FILMES E SÉRIES DE TV

O massacre da serra elétrica, 2022: um slasher e apenas isso.

Uma franquia que virou cult retorna para rever seus fãs mais antigos e, quem sabe, conquistar novos!

Paulo Bocca Nunes

Em 1974, um filme produzido de forma meio despretensiosa deu o início a uma franquia de grande sucesso, que se tornou cult com o passar do tempo. Naquela época, o filme causou um forte impacto devido a alta violência das cenas, tendo o diretor Tobe Hooper alguma dificuldade para encontrar uma distribuidora. O filme recebeu uma recomendação restrita e em alguns países foi até proibida a sua exibição. Se somarmos a nova produção, que estreou em fevereiro de 2022 na Netflix, serão nove filmes ao total. Em todos, mesmo com algumas mudanças, tudo gira em torno de um psicopata que usa uma motosserra para matar suas vítimas. 

A SEQUÊNCIA DE 2022

O massacre da serra elétrica: o retorno de Leatherface, dirigido por David Blue Garcia, inicia com um narrador contando os eventos passados no verão de 1973. Isso remete ao começo do filme de 1974. A história da produção de 2022 se passa quase 50 anos após os acontecimentos do filme original e sendo, portanto, uma sequência direta daquele filme, sem levar em conta todos os que vieram depois.

Em seguida, a história segue quatro jovens. Lila e sua irmã mais velha Melody, Dante e Ruth, um casal amigo. O grupo vai conferir um investimento que considera promissor: a velha e abandonada cidade de Harlow foi comprada e eles esperam dar vida nova ao lugar para serem negociados imóveis para outros jovens empreendedores.

Ao chegarem na cidade, eles são abordados por um xerife e seu ajudante que não veem com bons olhos visitantes desconhecidos, um sujeito que faz vários tipos de serviço e coleciona armas, e um orfanato desativado, mas está sendo cuidado por uma mulher idosa e um homem muito estranho.

Ao ser interpelada de que não poderia ficar ali, ela afirma que tem a escritura e vai permanecer na casa. Os quatro jovens chamam a polícia e ela é expulsa de casa junto com o homem estranho. A sequência traz acontecimentos que irá provocar a ira do homem estranho que é, na verdade, o Leatherface.

SOBRE O FILME DE 2022

Não há nada de novo, nem original. É o típico filme chamado de slasher. Um psicopata passa a matar pessoas de forma aleatória e desenfreada.Há, portanto, muito sangue jorrando e muita gente gritando de pavor.

Sendo um filme slasher, não há desenvolvimento de personagens. A exceção de duas: Lila, uma das garotas irmãs, que sobreviveu a um massacre na escola, e Sally Hardesty, a única sobrevivente do massacre do primeiro filme. Essa, inclusive, depois daqueles crimes, passou a trabalhar como policial e, durante quase 50 anos, saiu à caça do criminoso. Mesmo assim, não é o suficiente para haver uma empatia com o espectador. Há, porém, uma das mortes causadas por Leather que pega o espectador de surpresa e causa um choque na pessoa.

Uma das sequências de matança de Leatherface seria hilária se não fosse pesada demais. O que causa esse efeito de “graça” são alguns momentos antes, quando todos os jovens visitantes que são futuros compradores de imóveis da cidade, usam seus celulares para mostrar algo nas redes sociais.

O roteiro de Chris Thomas Devlin, Fede Álvarez e Todo Sayagues. e a direção de David Blue Garcia são muito fracos se compararmos com o filme de 1974, já que esse seria uma sequência daquele. Os atores não foram mal, porém entregaram clichês de filmes de suspense e terror que irritam mais o espectador do que causa algum espanto, ansiedade e medo do que possa acontecer ao herói, por exemplo.

Algumas referências ao filme de 1974 ficaram bacanas, como o posto de gasolina que é o mesmo do primeiro filme. Os girassóis onde Leatherface começa seus crimes lembram os girassóis em torno da casa da família Sawyer do filme original.

O filme é fraco, mas se você gosta desse gênero, ou subgênero de terror, então é uma pedida.

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Paulo Bocca Nunes é professor de Língua Portuguesa e Literatura. Mestre em Letras, Cultura e Regionalidade. Especialista em Literatura e Cultura Portuguesa e Brasileira. Especialista em Cultura Indígena e Afro-brasileira. Escritor. Contador de histórias.