MESTRES DA FICÇÃO CIENTÍFICA

Isaac Asimov: O Mestre da Ficção Científica

Considerado um dos Três Grandes da ficção científica junto com Robert Heinlein e Arthur Clarke, Asimov é o autor da trilogia da Fundação que, em 2021, ganhará, finalmente, uma adaptação para a TV na platforma da Apple.

Por Paulo Bocca Nunes

Um dos mais influentes escritores do século XX, Isaac Asimov é leitura obrigatória do gênero de ficção científica. Nascido em Petrovichi, na Rússia, em 1920, a data de seu aniversário é controversa, mas sabe-se que ele comemorava como sendo o dia 2 de janeiro. Aos três anos de idade mudou-se com sua família para os Estados Unidos e foi morar no bairro do Brooklin, Nova York.

Aos cinco anos, aprendeu a ler e se tornou fluente em inglês e iídiche, o idioma falado pelos seus pais. A família tinha uma loja de doces e todos tinham que trabalhar no estabelecimento. Como em todas as lojas comerciais da época, também eram vendidas revistas baratas de papel de polpa, chamadas de pulp. O assunto dessas revistas era, em sua maioria, sobre ficção científica. Foi com essas revistas que Asimov pegou gosto pelo gênero. Por volta dos onze anos, começou a escrever as suas próprias histórias. Aos quatorze publicou sua primeira história no jornal de sua escola, hoje considerada perdida, e aos dezenove passou a vendê-las às revistas especializadas em ficção científica.

Suas primeiras histórias foram vendidas para a Astounding Science Fiction, de John Campbell. Uma edição da revista de 1941 teve a publicação do conto Liar onde surgiu a personagem Susan Calvin que voltou em outras obras e foi interpretada por diversas atrizes em filmes do gênero, inclusive no filme I, Robot de 2004.

Asimov estudou nas escolas públicas de Nova Iorque e dali foi para a Universidade de Coimbra onde se graduou em 1939. Completou o doutorado tirando um PhD em Bioquímica em 1948, também na Universidade de Columbia. No ano seguinte se tornou professor de Bioquímica na Faculdade de Medicina da Universidade de Boston onde ficou até 1958 quando deixou o cargo para se dedicar de forma integral à carreira de escritor.

A VIDA PESSOAL

Casou-se com Gertrude Blugerman em 1942 e se divorciou em 1973. O casal teve dois filhos, David e Robin. Ainda em 73, Asimov casou-se com Janet Jappson.

Ele era claustrófilo, ou seja, gostava de lugares pequenos e fechados. Segundo o próprio Asimov, o seu desejo de infância era ter uma banca de revistas numa estação de metrô de Nova Iorque onde se fecharia para escutar o ruído dos carros enquanto estivesse lendo.

Um medo frequente de Asimov era o de aviões e de voar, algo que fez apenas duas vezes em toda sua vida. Por conta disso, raramente viajava grandes distâncias. Em contrapartida, na sua idade mais madura pegou gosto por viagens de navios de cruzeiro. Apesar do problema de viagens, Asimov participava de convenções sobre ficção científica e era considerado um ótimo palestrante, além de um grande contador de histórias.

Em 1983, Asimov passou por uma cirurgia e foi preciso fazer uma transfusão de sangue. Com isso, ele contraiu AIDS e naquela época não havia os recursos atuais para tratamento. Os médicos recomendaram que ele não falasse sobre o assunto, pois na época não se tinha o mesmo conhecimento sobre a doença e o preconceito era muito grande, tanto sobre a própria doença quanto para os seus portadores. Em 1992, ele veio a falecer, mas, no boletim médico foi atribuída a morte causada por complicações renais e cardíacas. Somente dez anos após, a família decidiu levar a público as verdadeiras causas da morte.

ASIMOV E A CIÊNCIA

Asimov era um grande entusiasta dos computadores e ele via a importância dessas máquinas na Educação e como poderiam funcionar no futuro. Ele via a possibilidade de centralizar informações em uma espécie de Biblioteca Computada Global onde todo o conhecimento da humanidade estivesse armazenado e de onde qualquer assunto pudesse ser pesquisado ou acessado por qualquer pessoa.

Essa ideia está presente na obra Fundação em que um grupo de pesquisadores e cientistas se empenham em guardar todo o conhecimento humano para ser um recurso no momento em que o Império Galáctico deixar de existir e toda a galáxia entrar num longo período de trevas. Atualmente, nós temos esse recurso de pesquisa em sites de busca que nos direcionam a outros sobre algum assunto que estivermos procurando. Há um vídeo no Youtube, falado e legendado em inglês, em que Asimov dá uma entrevista e fala sobre esse assunto. Você pode assistir AQUI.

Essas ideias visionárias de Asimov fizeram com que ele aceitasse o desafio do jornal New York Times, em 1964, para que ele fizesse algumas previsões tecnológicas para dali a 50 anos, o que daria em 2014. Suas previsões vieram na forma de artigo com o título de Visit to the World’s Fair of 2014 (Visitando a Feira Mundial de 2014) e o texto original, em inglês, você ler AQUI. Muitas previsões ele acertou e outras, por incrível que pareça, até foram além do previsto.

  1. As comunicações serão audiovisuais. Atualmente temos as chamadas de vídeo em aplicativos de computadores, notebooks, laptops e smartphones.
  2. Telefonar para qualquer lugar da Terra. Esse recurso podemos fazer tanto de tefones convencionais como de celulares.
  3. Televisões com telas de parede e em 3D. Atualmente temos modelos de televisores que são bastante “finos” e podem ser colocados em pareces. Quanto ao 3D, esse recurso está mais para os cinemas, no entanto a tecnologia está avançando muito nesse setor.
  4. Os equipamentos de cozinha vão preparar refeições. Se vermos os micro-ondas nesse grupo, ele acertou. Tanto podemos programar os fornos para preparar qualquer alimento como também para aquecer alimentos congelados. Tudo em poucos segundos ou minutos.
  5. Projetos de veículos com cérebros robóticos. Atualmente está se desenvolvendo protótipos de veículos que dirigem sozinhos, guiados por um computador. Basta apenas programar no painel do carro.
  6. Nem toda a população do mundo vai desfrutar dos artefatos do futuro. Grande parte ficará privada deles. Infelizmente Asimov acertou essa previsão e não se tem previsão de quando isso irá mudar.

Além dessas, outras previsões foram feitas pelo escritor, dessa vez em 1983 para o ano de 2019. As principais são:

  1. Os robôs serão realidade nas indústrias e objetos computadorizados nos lares. Em termos de Brasil, desde a década de 1980 as indústrias, especialmente as automobilísticas, têm toda a sua linha de montagem mecanizada por robôs. O preço que se pagou com essa modernidade, no entanto, foi a perda de vagas de emprego, pois houve a neecssidade de mão de obra qualificada para operar essas máquinas.
  2. A complexidade da sociedade vai depender muito dos computadores e da informatização. Atualmente não se concebe a nossa sociedade sem a informatização. Ela está presente, principalmente, nos smarphones. Foi criada uma necessidade de dependermos demais de uma conexão com a internet em qualquer dispositivo eletrônico. Fugindo da impessoalidade desse artigo, não podemos nos imaginar sem acesso constante às redes sociais, por exemplo. Além do mais, o acesso constante com a internet faz com que estejamos atentos e informados a tudo o que acontece no mundo a qualquer hora do dia e em tempo real.
  3. O sistema educacional vai se concentrar na “alfabetização informática” para ensinar as pessoas a lidarem com um mundo de alta tecnologia. Sem dúvida essa previsão é uma das mais importantes. A cada dia estamos diante de avanços tecnológicos em diversas setores e áreas. Ao longo dos anos de 2020 e 2021 houve a concentração de mão de obra por meio dos chamados home offices e muitos aplicativos foram desenvolvidos para atender demandas para um novo tipo de mercado de trabalho que, ao que parece, não vai se extinguir. Pelo contrário! Irá se expandir cada vez mais nos próximos anos. Ficar de fora do conhecimento de como usar essas ferramentas tecnológicas é deixar de existir para o mercado de trabalho.

Asimov ressaltou que as escolas continuarão a existir, mas os estudantes interessados iriam satisfazer as suas vontades de conhecimento nos seus computadores pessoais em suas casas. De certa forma, isso é possível atualmente, pois qualquer pessoa, com algum recurso financeiro, pode comprar o seu computador e notebook, instalar uma internet em casa e usar o seu equipamento para pesquisas na grande rede de computadores. Sem falar nos tablets e smartphones que podem fazer o mesmo trabalho de pesquisa usando tecnologia de internet das prestadoras de serviço.

Com esse acesso à informatização, qualquer pessoa, não apenas os mais jovens, poderá aprender qualquer coisa no seu tempo, ritmo e maneira. Entre 2020 e 21, por exemplo, houve um aumento da procura por cursos on line de idiomas. Antes desse período já havia muitos cursos de graduação e pós graduação também on line e, da mesma forma, houve um significativo aumento nesses dois anos citados. Por conta dos problemas com a pandemia desse período, até o Ensino Fundamental, em diversos países, dependeram de aplicativos de mensageiros e do sistema do Google Sala de Aula para diminuírem os problemas do fechamento temporário das escolas. O que se percebe é que muita coisa mudou depois da retomada da normalidade e percebe-se que muito mais vem por aí.

ASIMOV E A ROBÓTICA

O mundo dos robôs não começou com Asimov. A primeira vez que a palavra robô veio a público foi em uma peça teatral do escritor tcheco Karel Capek, na peça RUR (Robôs Universais de Rossum) de 1920. No entanto, a palavra robótica foi criada por Asimov e surgiu pela primeira vez no conto Liar publicado na edição de maio de 1941 da revista Astounding Science Fiction. Esse conto foi reimpresso em 1950 no livro I, Robot (Nós, Robôs, 1982).

Na época em que o conto foi escrito havia um medo muito grande em relação aos robôs, máquinas insensíveis que, por uma possível falha em sua programação, se voltariam contra a humanidade a subjugando, escravizando, a perseguindo ou com o objetivo de exterminá-la.

Como forma de defesa, Asimov criou as Três Leis da Robótica para que a segurança das pessoas estivesse garantida em caso de uma situação como essa. É claro que Asimov estava se referindo a robôs muito desenvolvidos, ou até no caso de androides. O que se imaginava de Inteligência Artificial na época nem se pode comparar ao que já temos na segunda década do século XXI e do que está por vir em breve. As últimas notícias nos informam que há grandes avanços na área de Inteligência Artificial e alguns pesquisadores alertam sobre os cuidados que se deve ter a partir de agora para evitar problemas no futuro.

As três leis criadas por Asimov são as mais básicas que aquelas inteligências artificiais de suas obras deveriam pautar e elas apareceram em praticamente todas as obras do autor.

PRIMEIRA LEI – um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano sofra algum mal.

SEGUNDA LEI – um robô deve obedecer às ordens dadas por seres humanos, exceto nos casos em que tais ordens entrem em conflito com a Primeira Lei.

TERCEIRA LEI – um robô deve proteger sua própria existência desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira ou a Segunda Lei.

Os romances de Asimov estão repletos de conflitos entre humanos e máquinas e tendo as Três Leis como instrumento de luta conforme algumas obras já citadas. Porém, devido aos avanços tecnológicos, sobretudo, no século XXI, alguns filmes mostram robôs ultra desenvolvidos que podem ser confundidos com humanos. Um dos filmes mais impressionantes é Extinção, de 2018, com direção de Ben Young e até o ano de 2021 está disponível na plataforma Netflix. De certa forma, Asimov trouxe também robôs tão desenvolvidos que podiam ser confundidos com seres humanos. O personagem mais conhecido é Daneel Olivaw, parceiro do detetive Elijah Baley na série de romances dos robôs. Daneel surgiu pela primeira vez na obra Cavernas de Aço (1953), que no Brasil surgiu primeiro com o título Caça Aos Robôs (1980), pela editora Hemus. Depois retornou na obras seguintes desta série e teve participação importante na série da Fundação, mas com o nome de Eto Demerzel.

AS SÉRIES

Os robôs foram o assunto favorito do escritor e apareceram na maioria de suas histórias, sempre retratando os conflitos entre as máquinas e os humanos. Seus livros mais populares que tratam desse tema foram Eu, Robô (1950), uma coletânea de contos, As cavernas de aço (1953), O Sol Desvelado (1957) e Os Robôs do Amanhecer (1983).

A série Império é formada por três livros, mas, para um entendimento da obra, a ordem cronológica de leitura é um pouco diferente da ordem de publicação. Isso se entende pelo fato de Asimov não ter planejado a criação de um universo expandido desde o início. Somente à medida que foram surgindo as obras e o autor foi conectando algumas histórias com outras, ele passou a criar obras que formassem um universo. Na verdade, suas obras foram formando o que se ficou conhecido como as Três Séries ou os Três Universos de Asimov.

A ordem de leitura da série Império é formada por três livros: Poeira de Estrelas (1951), As Correntes do Espaço (1952) e Pedra no Céu (1950). A série da Fundação teve uma trajetória bastante diferente. A primeira publicação foi na revista Astounding Science Fiction, de 1949, e o primeiro livro publicado, Fundação, é de 1951. Depois desse vieram Fundação e Império (1952) e Segunda Fundação (1953).

Em 1966, a trilogia da Fundação foi considerada como a melhor série de ficção científica e fantasia de todos os tempos. A trilogia conta a história da humanidade em um futuro muito distante, habitando milhões de planetas pela galáxia e dominada por um Império opressivo. Em certo momento, surge um cientista, Hari Seldon, que traz uma nova ciência, a psico história, que pode, através de cálculos matemáticos, fazer previsões socioeconômicas levando em conta um grande número de habitantes. Quanto maior o número, maiores as chances de as previsões serem corretas. Seldon prevê a destruição total do império galáctico e de todo o conhecimento acumulado por milênios pela humanidade, mas para impedir a tragédia da barbárie, ele arquiteta criar uma Fundação para guardar todo o conhecimento da humanidade para que seja usado depois para criar um Segundo Império, mais forte e mais sábio.

Depois de quase trinta anos, Asimov escreveu outros romances que serviram de extensão da Trilogia da Fundação e, dessa forma, inseriu cada livro em uma linha cronológica do universo da Fundação. Os livros são: Limites da Fundação (1982), Fundação e Terra (1986), Prelúdio da Fundação (1988) e Origens da Fundação (1993). Esses livros, no entanto, não estão em ordem cronológica dos acontecimentos da série, mas podem ser lidos separadamente sem prejuízo de conhecer ou não o conjunto da obra.No livro Os Robôs e o Império (1985), Asimov faz uma mescla das suas três séries (Robôs, Fundação e Império), situando as ações 200 anos após os acontecimentos narrados em Os Robôs do Amanhecer.

FILMES E SÉRIES

O Homem Bicentenário – é um filme baseado no livro do mesmo nome, publicado em 1976, que foi lançado nos cinemas em 1999, estrelado por Robim Williams, recebendo vários prêmios.

Eu Robô – é um filme baseado no livro do mesmo nome, publicado em 1950, que foi lançado nos cinemas em 2004, tendo como protagonista o ator Will Smith.

Fundação – série com dez episódios que estreou em dezembro de 2021 na plataforma da Apple TV. A adaptação trouxe personagens e ações modificados em relação aos livros, mas o tema central da obra se manteve. A produção da série fez uma previsão de, pelo menos, oito temporadas para dar conta de todo o universo da obra literária de Asimov.

PRINCIPAIS OBRAS DE ISAAC ASIMOV

A bibliografia de Asimov é muito extensa com obras de ficção e não-ficção. Vamos nos deter naquelas que deram a ele o título de Grande Mestre, ou seja, ficção científica.

Sua carreira literária iniciou nas revistas e o primeiro conto publicado foi Marooned off Vesta na revista Amazing Stories na edição de março de 1939. Com o tempo e com a sequência de publicações nessa revista e também na Astounding Science Fiction, Asimov foi reunindo seus contos em coletâneas.

SÉRIE ROBÔS
1954Caça aos Robôs (The Caves of Steel)
1957Os Robôs (The Naked Sun)
1983Os Robôs do Amanhecer (The Robots of Dawn)
1987Os robôs e o Império (Robots and Empire)

SÉRIE LUCKY STARR
1952
As cavernas de Marte (David Starr Space Ranger – Série Lucky Starr)
1953Vigilante das Estrelas (Lucky Starr and the Pirates of the Asteroids – Série Lucky Starr)
1954Os Oceanos de Vênus (Lucky Starr and the Oceans of Venus – Série Lucky Starr)
1956 – O Grande sol de Mercúrio (Lucky Starr and the Big Sun of Mercury – Série Lucky Starr)
1957 – O grande robô de Júpiter (Lucky Starr and the Moons of Jupiter – Série Lucky Starr)
1958 – Os anéis de Saturno (Lucky Starr and the Rings of Saturn – Série Lucky Starr)

TRILOGIA DA FUNDAÇÃO
1951Fundação (Foundation)
1952Fundação e Império (Foundation and Empire)
1953Segunda Fundação (Second Foundation)

EXTENSÃO DA SÉRIE FUNDAÇÃO
1982
– Limites da Fundação (Foundation’s Edge)
1986 – Fundação e Terra (Foundation and Earth)
1988 – Prelúdio à Fundação (Prelude to Foundation)
1993 – Origens da Fundação (Forward the Foundation)

ROMANCES SEM PERTENCER A SÉRIES
1955
O Fim da Eternidade (The End of Eternity)
1966Viagem Fantástica (Fantastic Voyage – Uma romantização do filme Viagem Fantástica, apresentando uma equipe de cientistas viajando dentro do corpo humano)
1972Os Próprios Deuses (The Gods Themselves)
1987Viagem Fantástica: Rumo ao cérebro (Fantastic Voyage II: Destination Brain – não é uma sequência do primeiro Fantastic Voyage, mas sim uma história independente)
1989Nêmesis (Nemesis)
1990O Cair da Noite (Nightfall)
1992Filho do Tempo (Child of Time – escrito com Robert Silverberg, um romance baseado no conto The Ugly Little Boy de 1958).

  • A violência é o último refúgio do incompetente.
  • Na vida, ao contrário do xadrez, o jogo continua após o xeque-mate.
  • Espera mil anos e verás que será precioso até o lixo deixado atrás por uma civilização
    extinta.
  • Se o conhecimento pode criar problemas, não é através da ignorância que podemos
    solucioná-los.
  • Suas premissas são as suas janelas para o mundo. Tente limpá-las de vez em quando, ou a luz não entrará.

Isaac Asimov foi um escritor visionário da ciência e tecnologia. Suas obras se tornaram na fonte em que muitos escritores e roteiristas beberam para criarem as suas próprias histórias. Sua visão da sociedade do futuro mostra as mesmas questões que encontramos na época em que Asimov escreveu, quanto na atualidade. A grande diferença é que atualmente podemos abrir mais as questões éticas e morais que envolvem a sociedade e a tecnologia.

Sua importância é inquestionável e, certamente, ainda será referência por muito tempo. Sua ficção científica, em muitos aspectos, pode ser vista hoje como realidade. Mesmo assim, a riqueza está na forma como os personagens de suas histórias se envolvem nos conflitos tendo a tecnologia como auxiliar ou instrumento para a solução dos problemas.

Asimov passa a ser, portanto, leitura obrigatória para aqueles que pretendem se introduzir no gênero de ficção científica. Conhecer as suas obras é conhecer não apenas a história da ficção científica, mas também conhecer os caminhos que foram traçados para chegarmos ao nosso tempo e trazermos à tona os mesmos questionamentos levantados por Asimov em relação ao uso da tecnologia e da sua influência na sociedade.

Assista ao vídeo sobre esse mesmo artigo, que está no Youtube. Aproveite e se inscreva no canal, acione as notificações, curta o vídeo e deixe o seu comentário.

Paulo Bocca Nunes é professor de Língua Portuguesa e Literatura. Mestre em Letras, Cultura e Regionalidade. Especialista em Literatura e Cultura Portuguesa e Brasileira. Especialista em Cultura Indígena e Afro-brasileira. Escritor. Contador de histórias.