Weird Tales: A Revista Pulp Que Mudou a Literatura de Terror
A literatura de terror
Paulo Bocca Nunes
A literatura de terror sempre foi uma parte importante da cultura pop, fascinando leitores e espectadores por gerações. E embora existam muitos autores e obras icônicas dentro do gênero, há uma publicação que se destacou como um marco importante no desenvolvimento da literatura de terror moderna – a revista pulp “Weird Tales”. Publicada pela primeira vez em 1923, a “Weird Tales” foi um divisor de águas na literatura de terror, apresentando autores icônicos como H.P. Lovecraft, Robert E. Howard, e muitos outros. Neste artigo, vamos explorar a história da “Weird Tales” e a sua importância na cultura pop e na literatura de terror.
A HISTÓRIA DA “WEIRD TALES”
A “Weird Tales” foi fundada em 1923 por J.C. Henneberger, um empresário que já havia se aventurado em outras publicações de pulp fiction. A revista apresentava histórias de terror, ficção científica, fantasia e mistério, com uma ênfase particular no sobrenatural e no horror cósmico. A primeira edição apresentava histórias de autores como Seabury Quinn, Frank Owen, e Dorothy Quick. Embora a publicação tenha tido um início modesto, ela logo chamou a atenção do público e de escritores em todo o mundo.
Uma das razões pelas quais a “Weird Tales” se destacou foi por causa de seu compromisso com a qualidade literária. Embora a revista apresentasse histórias de pulp fiction, ela exigia que seus escritores apresentassem histórias bem escritas e cativantes. Além disso, a “Weird Tales” também oferecia um mercado para escritores que, de outra forma, poderiam ter dificuldade em encontrar um público. Muitos dos escritores mais famosos da “Weird Tales”, incluindo H.P. Lovecraft, Robert E. Howard, e Clark Ashton Smith, foram inicialmente publicados na revista.
OS ANOS DE OURO DA “WEIRD TALES”
Embora a “Weird Tales” tenha sido fundada em 1923, foi durante os anos 30 e 40 que a revista se tornou um ícone da cultura pop e um pilar da literatura de terror. Durante esse período, a revista apresentou algumas das histórias mais icônicas da literatura de terror, incluindo “O Chamado de Cthulhu” de H.P. Lovecraft, “Solomon Kane” de Robert E. Howard e “Conan, o Bárbaro” de Howard. Além disso, a “Weird Tales” também apresentava ilustrações de artistas talentosos, incluindo Virgil Finlay e Margaret Brundage.
Durante os anos de ouro da “Weird Tales”, a revista também desenvolveu uma base de fãs dedicada e apaixonada. Os leitores da revista estavam dispostos a pagar o preço de capa de 25 centavos para ter acesso a histórias emocionantes e horripilantes, muitas vezes ilustradas com arte bizarra e evocativa. A “Weird Tales” rapidamente se tornou um ponto de encontro para leitores que buscavam o sobrenatural e o macabro, com a revista desenvolvendo uma comunidade de fãs que trocavam correspondências e discutiam as histórias e os autores que mais gostavam.
No entanto, nem tudo era perfeito para a “Weird Tales” durante seus anos de ouro. A revista enfrentou problemas financeiros durante a Grande Depressão, o que levou a cortes de orçamento e uma diminuição na qualidade das histórias publicadas. Além disso, a censura crescente dos anos 50 levou a uma mudança no tom da revista, com menos ênfase no horror e mais em histórias de aventura e ficção científica.
O LEGADO DA “WEIRD TALES”
Apesar desses desafios, a “Weird Tales” deixou um legado duradouro na cultura pop e na literatura de terror. A revista ajudou a lançar a carreira de muitos escritores e artistas, incluindo H.P. Lovecraft, cujo trabalho influenciou inúmeros autores de terror desde então. Além disso, a “Weird Tales” foi pioneira em muitos dos temas e convenções do gênero de terror moderno, como o uso de monstros, o horror cósmico e a exploração de temas tabus e desconfortáveis.
A influência da “Weird Tales” pode ser vista em toda a cultura pop, desde a música até o cinema e a televisão. Filmes como “O Exorcista” e “Alien, o Oitavo Passageiro” foram influenciados pela literatura de terror publicada na “Weird Tales”, enquanto bandas como Black Sabbath e Iron Maiden foram diretamente inspiradas pelas histórias e ilustrações da revista.
CONCLUSÃO
A “Weird Tales” pode não ser tão conhecida quanto outras publicações de pulp fiction, como a “Amazing Stories” ou a “Astounding Science Fiction”, mas seu impacto na cultura pop e na literatura de terror é inegável. A revista ajudou a estabelecer as bases para o gênero de terror moderno, apresentando histórias e temas que influenciaram inúmeros escritores e artistas desde então. Embora a “Weird Tales” possa ter enfrentado desafios e dificuldades durante seus anos de publicação, seu legado continua vivo hoje, inspirando novas gerações de leitores e escritores de terror.
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Paulo Bocca Nunes é professor de Língua Portuguesa e Literatura. Mestre em Letras, Cultura e Regionalidade. Especialista em Literatura e Cultura Portuguesa e Brasileira. Especialista em Cultura Indígena e Afro-brasileira. Escritor. Contador de histórias.