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Jurassic World: Acampamento Jurássico – 4ª temporada

Prepare-se para correr! A quarta temporada de Acampamento Jurássico promete novas aventuras e perigos para Brooklynn, Yasmina, Sammy, Kenji, Ben e Darius em uma ilha cheia de dinossauros perigosos.

Por Paulo Bocca Nunes

Jurassic World: Acampamento Jurássico é uma série de TV de ficção científica, aventura e ação e pode ser assistida na plataforma da Netflix. Produção norte-americana desenvolvida por Zack Stentz e baseada no romance Jurassic Park (1990), de Michel Crichton. Faz parte da franquia Jurassic Park, porém acontecendo ao mesmo tempo que Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros (2015). Foram cinco temporadas ao total com episódios que duram entre 23 e 25 minutos.

A QUARTA TEMPORADA

No final da terceira temporada Kenji rompe amizade com Darius por esse ter colocado em risco a vida de Brooklynn. Todos conseguem sair de Nublar em um barco em direção da Costa Rica. Mas se percebe que algum animal marinho segue o barco. A quarta temporada começa exatamente de onde terminou a terceira. No entanto, o barco é atacado por um mosassauro, é destruído e todos vão parar em uma ilha desconhecida.

Ao chegarem eles percebem que a ilha é totalmente diferente de Nublar. Enfrentam, inicialmente, novos animais em um bioma de deserto e, depois encontram um portal que se abre para um túnel que os leva a outro bioma. Mais tarde, o grupo descobre que há quatro biomas na ilha que podem ser acessados através dos túneis.

Ao observarem dois Tiranossaurus rex, os jovens cabam encontrando a Dra. May Turner, paleoneurobióloga comportamental que trabalha para uma empresa de biotecnologia. Mais tarde, todos descobrem que é a Montah Corp.. empresa que ameaçou os pais de Sammy a trabalhar para eles e ela teve que roubar trabalhos de pesquisa da InGen.

Além dos animais perigosos, o grupo ainda tem que se cuidar dos perigosos brads, biorobôs que fazem a inspeção da ilha em busca de organismos que possam representar perigo para os biomas. Quando parecia não haver mais qualquer surpresa, um dos membros mais importantes chega na ilha e isso causa uma preocupação muito grande em Tammy.

Todos descobrem que, naquela ilha, há o desenvolvimento de dinossauros híbridos para resistirem aos diferentes biomas e que devem ser usados para atividades que deixa todo o grupo chocado, inclusive a Dra. Turner. Ao longo de toda a temporada, o grupo enfrentou muitos perigos, mas também foi possível perceber algumas mudanças nos personagens, mas isso diz respeito à passagem para uma fase em que eles vão descobrindo as suas sexualidades. Uma coisa que já se despontava na terceira temporada. Tudo se desenvolvendo de forma muito natural sem que houvesse qualquer gesto precipitado por qualquer um deles. Inclusive, dois do grupo se aproximam e se declaram um ao outro.

No final, depois de muitas reviravoltas, terem que fugir de um estegossauro, dos brads e de estarem todos em um perigo iminente contra uma perigosa espécie de dinossauro, surge aquele que parece ser o grande mentor daquela ilha misteriosa. Isso vai causar um grande abalo em todos, principalmente nos dois que se declararam um para o outro. Exatamente nesse ponto, encerra a quarta temporada e abre uma imensa brecha para a quinta temporada, cheia de reviravoltas e, certamente, um forte abalo entre o grupo de jovens.

OPINIÃO SOBRE A QUARTA TEMPORADA

Ao final da terceira temporada, houve uma expectativa muito grande, pois enquanto o barco se afastava da Ilha Nublar, via-se o dorso de um mosassauro se aproximando do barco do grupo de garotos, esperançosos para chegarem à Costa Rica, onde esperavam embarcar em algum avião em direção aos seus lares. Mesmo que a sinopse preparasse o público para uma grande aventura, o que se pode dizer são dois aspectos que talvez possam a vir refletir em outro filme da franquia.

Primeiro, a consolidação da história de cada personagem. Mesmo sendo uma animação em CG não se pode dizer que seja algo puramente infantil porque não é. Desde a primeira temporada, cada personagem foi desenvolvendo a sua história, foi evoluindo dentro da trama e ao longo das temporadas. Fomos observando como cada uma dessas histórias foi se amalgamando nas outras histórias de cada personagem. Foi assim que entendemos o que levava cada um a agir da forma que agiam e o que os levava a tomar as suas decisões que, algumas vezes, poderia colocar o destino do grupo em risco.

Na primeira temporada, todos ainda desconhecidos uns dos outros e com suas situações familiares batante complicadas, vão se conhecendo de forma nada tranquila nem previsível, chegam na quarta temporada, ou seja, seis meses depois de terem chegado à Nublar, mais maduros e ascendendo a outra etapa natural da vida de cada ser humano: a do amor e da percepção do outro coo um parceiro sexual. No final dessa quarta temporada, depois de dois do grupo se definirem um para o outro, e depois de um acontecimento que irá envolver um desses dois, certamente haverá um forte conflito dentro do grupo que irá levar a consequências imprevisíveis.

Certamente, o que mais despertou o interesse nessa série foi a diversidade muitíssimo bem conduzida. Isso se falando em termos de gênero e etnia. No entanto, os embates entre os componentes do grupo de jovens foram muito envolventes, pois eram colocados princípios que cada um trazia consigo e eram colocados à prova em um ambiente e em situações que levava o próprio espectador a se questionar e decidir, mas nunca ter consigo a decisão final. Apenas a reação de cada um dos personagens que seguiriam a mesma trajetória onde quer que estivessem.

Certamente, esse aspecto está bem representado em uma fala de Kengi depois de salvar Darius, mesmo que o primeiro estivesse muito descontente com o segundo: “Sim, eu salvei você. Afinal nós somos uma família e cuidamos uns dos outros”. Não presisa ser dito qualquer coisa além disso!

O segundo aspecto diz respeito exatamente à última cena da quarta temporada. Surge nesse momento um “elemento” que irá conectar Acampamento Jurássico com Jurassic World., ou seja, surgirá o fio condutor. Depois de todo o desenvolvimento de cada personagem, aquele momento final irá, com certeza, mudar muita coisa. Ou não! Será o momento em que todos deverão mostrar que, o tempo que passaram juntos ensinou algo a cada um, mas ainda assim sendo algo que irá uni-los! A situação criada foi tão impactante que, tudo o que eles passaram será colocado na balança e julgado por cada um deles. A partir daí, o que irá acontecer… será imprevisível.

Pelo menos, até que venha a quinta temporada!

CONCLUINDO

Apesar de ser uma série em DG, eu afirmo se tratar de uma das melhores séries na plataforma da Netflix e de qualquer outra. Não se vê qualquer coisa infantilizada, nem mesmo que se possa definir como sendo algo de classificação infantil. Sem dúvida, é possível se dizer que o público infantil pode assistir sem que isso signifique qualquer tipo de limitação de idade. Francamente, há filmes “infantis” que trazem “terror” que não se percebe nessa série.

Trata-se da aventura de superação de um grupo de jovens em um ambiente totalmente hostil, diferente, mas que tinha tudo para ser algo divertido. Também esse grupo não teve a sua formação dentro do grupo familiar. Todos trazem seus problemas e traumas e ainda precisam conviver com as mudanças próprias de suas idades, ou de suas fases de desenvolvimento.

Um outro aspecto… há várias contraposições entre o “mundo” desses jovens e o mundo dos adultos. Desde a primeira temporada observa-se a enorme diferença do ponto de vista de cada um. Por mais que o grupo queira voltar para casa, sempre prevalece a vontade de reverter tudo o que os adultos presumivelmente decidiram e irá acarretar em consequências egoístas e voltadas para vantagens econômicas para os próprios adultos.

Esses últimos aspectos, ao que se deduz, devem entrar também nas reflexões dos jovens e, ao interferir no cerne do grupo, com a história de cada um que se envolveu no próprio grupo, irá levar tudo a um rumo que não deverá se resumir em mais uma temporada. Quem sabe mais duas!

Ao terminar esse artigo, eu vou colocar uma opinião extremamente pessoal: essa série é melhor que qualquer produção da franquia Jurassic Park ou Jurassic World (com excessão da primeira, de 1993). Esses personagens, mesmo em CG, são cheios de vida, de riqueza humana. Talvez, um dia, alguém faça uma continuação e transporte esses mesmos personagens para uma produção viva, ou em live action. No entanto, eu espero que nada se perca dessa mesma riqueza, pois tudo está ali.

Uma dúvida que surge é: “Como tudo irá se conectar a Jurassic World: Dominium. Certamente, o tempo (e os roteiristas) irá nos dizer.

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Paulo Bocca Nunes é professor de Língua Portuguesa e Literatura. Mestre em Letras, Cultura e Regionalidade. Especialista em Literatura e Cultura Portuguesa e Brasileira. Especialista em Cultura Indígena e Afro-brasileira. Escritor. Contador de histórias.