O exorcista: o clássico do terror
O romance “O Exorcista”, escrito por William Peter Blatty, foi publicado em 1971 e se tornou um best-seller instantâneo. A história, que gira em torno da possessão demoníaca de uma jovem de 12 anos, rapidamente se tornou um clássico do terror e influenciou a cultura pop de maneiras incontáveis.
Paulo Bocca Nunes
Filme de terror sobrenatural de 1973 dirigido por William Friedkin e escrito para as telas por William Peter Blatty, baseado em seu romance de 1971 de mesmo nome. A história conta sobre a possessão demoníaca de uma jovem e a tentativa de sua mãe de resgatá-la por meio de um exorcismo conduzido por dois padres católicos.
A história começa com o padre Damien Karras, um psiquiatra jesuíta em crise pessoal, sendo convocado para ajudar em um caso de suposta possessão demoníaca em Georgetown, Washington D.C. A jovem Regan MacNeil, filha da atriz Chris MacNeil, está exibindo comportamentos estranhos, como falar em línguas desconhecidas, ter convulsões e exibir uma força sobrenatural. O caso é atribuído inicialmente a problemas psicológicos, mas as coisas ficam cada vez mais bizarras, incluindo a descoberta de uma mensagem macabra escrita no estômago de Regan.
Karras se une ao padre Lankester Merrin, um experiente exorcista que já enfrentou o demônio antes, para realizar o exorcismo de Regan. O demônio, no entanto, prova ser uma força poderosa e insidiosa, resistindo aos esforços dos padres de expulsá-lo do corpo da jovem. Eventualmente, após vários dias de exorcismo, Merrin morre de um ataque cardíaco e Karras decide sacrificar-se para salvar Regan. Ele força o demônio a possuí-lo e, em seguida, salta pela janela, morrendo na queda. Regan é finalmente libertada do demônio e se recupera.
INFLUÊNCIA NA LITERATURA
“O Exorcista” é considerado um marco na literatura de terror e influenciou uma série de escritores subsequentes. Stephen King, por exemplo, citou “O Exorcista” como uma grande influência em seu trabalho, particularmente em seu romance “Carrie”. O autor Peter Straub também foi influenciado pelo trabalho de Blatty, especialmente em seu romance “Ghost Story”.
O romance é notável por sua abordagem realista do sobrenatural, algo que se tornaria uma marca registrada de muitos escritores de terror subsequentes. O livro é muito mais uma história de personagens do que uma história de horror; Blatty dedica grande parte do livro a explorar as lutas emocionais dos personagens principais, incluindo o padre Karras e a mãe de Regan, Chris. Essa abordagem humanizou o terror, tornando-o muito mais eficaz.
INFLUÊNCIA NA CULTURA POP
A influência de “O Exorcista” na cultura pop é difícil de exagerar. O livro inspirou um dos filmes de terror mais icônicos de todos os tempos, dirigido por William Friedkin em 1973. O filme foi um enorme sucesso de bilheteria e ganhou dois Oscars. Ele ajudou a popularizar o subgênero do terror de exorcismo e lançou a carreira do ator Max von Sydow, que interpretou o padre Merrin.
O filme também gerou uma série de sequências e adaptações, incluindo uma série de TV de 2016-2018. A imagem icônica de Regan possuída, a cabeça girando e ela vomitando em cima do padre Karras, tornou-se uma das imagens mais reconhecidas da cultura pop.
“O Exorcista” também inspirou uma série de imitações e paródias, tanto no cinema quanto na televisão. Filmes como “A Profecia” (1976) e “Poltergeist” (1982) seguiram a fórmula estabelecida por “O Exorcista”, com crianças possuídas ou ameaçadas por forças sobrenaturais. Paródias como “A Família Addams” (1991) e “Todo Mundo em Pânico 2” (2001) brincaram com os tropos estabelecidos pelo filme de Blatty.
Além disso, “O Exorcista” também influenciou a cultura popular em outras áreas, como a música. O álbum “Holy Diver” (1983) do cantor de heavy metal Ronnie James Dio apresenta uma música chamada “Rainbow in the Dark”, cujo vídeo clipe apresenta imagens de um exorcismo. A banda de rock alternativo Radiohead usou uma cena do filme em seu videoclipe de “Karma Police” (1997).
“O Exorcista” é um marco na literatura de terror e sua influência na cultura pop é inegável. O romance de William Peter Blatty trouxe um realismo e uma humanidade ao terror que inspiraria uma série de escritores subsequentes. O filme, dirigido por William Friedkin, se tornou um clássico instantâneo do terror e gerou uma série de sequências e adaptações. A imagem icônica de Regan possuída tornou-se um ícone da cultura pop, e o legado de “O Exorcista” continua a inspirar e a assombrar os fãs de terror em todo o mundo.
Paulo Bocca Nunes é professor de Língua Portuguesa e Literatura. Mestre em Letras, Cultura e Regionalidade. Especialista em Literatura e Cultura Portuguesa e Brasileira. Especialista em Cultura Indígena e Afro-brasileira. Escritor. Contador de histórias.
